Acho que eu ando meio às avessas com o meu filho. Enquanto a maioria dos pais espera ansiosamente pelos próximos passos (literalmente ou não) de seu rebento, eu insisto com o tempo para que ele dê uma trégua. Sei que meu pedido nunca será atendido. O tempo não costuma abrir exceções e continua passando... Não vai ser diferente agora. Então me resta aproveitá-lo ao máximo. Cada segundo, cada sorriso, cada gesto inocente, cada tentativa frustrada de uma palavra com as sílabas erradas, cada passo que não foi dado, e até cada lágrima derramada por nada. Eu vou estar aqui... Sempre.

Sei que vou me assustar com mais uma fase de sua vida que passou depressa demais, mas vou poder dizer ao tempo: eu me lembro bem. Mas sei também que não devo confiar eternamente em minha memória, e por isso, algumas (aliás, muitas) imagens ficarão registradas com ajuda das câmeras digitais, celulares, e em arquivos nem sempre confiáveis da modernidade, e às quase extintas, imagens impressas. Mas devo lhe dizer, meu filho; nem que tudo caminhe contra essas lembranças arquivadas, na memória ou em pen drives, computadores e HD´s externos, ou nas páginas de um álbum, em algum lugar dentro de mim, tudo vai estar sempre lá. Só me dê um tempinho para saber como buscar.

Quanto aos pais apressadinhos, calma. Tudo à seu tempo. Não, não é uma crítica, eu também quero ver meu filho crescer e aprender tudo... no tempo dele. É só um alerta para que vocês aproveitem mais os momentos em que ele dá muito trabalho. Especialmente no início dessa jornada, são os melhores. Não se apeguem apenas aos momentos de obediência, alegrias, notas 10... É sinal de que ele já aprendeu. É em outros momentos que ele mais precisa de vocês.